É NOTÍCIA

Autor: GBCP Equipe

7807BAAB-6E55-4CDA-954E-CDABF7A6E248

Nivolumabe mais Ipilimumabe não melhorou sobrevida de pacientes com carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço, aponta estudo

Publicado em dezembro na revista científica Journal of Clinical Oncology, o estudo de fase III, randomizado e aberto, buscou comparar Nivolumabe associado com Ipilimumabe com o regime extremo como tratamento de primeira linha em pacientes com câncer de cabeça e pescoço de células escamosas metastático ou recorrente.

Contudo, os dados divulgados em “Nivolumab Plus Ipilimumab Versus EXTREME Regimen as First-Line Treatment for Recurrent/Metastatic Squamous Cell Carcinoma of the Head and Neck: The Final Results of CheckMate 651” não obtiveram resultado positivo.

Na conclusão da pesquisa intitulada CheckMate 651, os pesquisadores constataram que Nivolumabe mais Ipilimumabe de primeira linha não melhorou a sobrevida global de pacientes com carcinoma espinocelular recorrente ou metastático de cabeça e pescoço (SCCHN), em comparação com o regime EXTREME (cetuximabe mais cisplatina/carboplatina mais fluorouracilo ≤ 6 ciclos seguidos de manutenção com cetuximabe).

No estudo aberto, 947 pacientes com SCCHN recorrente ou metastático que não receberam nenhum tratamento sistêmico anterior foram designados aleatoriamente em uma base de 1 para 1 para receber Nivolumabe mais Ipilimumabe (n = 472) ou EXTREME (n = 475). No braço Nivolumabe mais Ipilimumabe, 39,2% tiveram pontuação positiva combinada PD-L1 (CPS) ≥ 20, em comparação com 37,5% no braço EXTREME. Os pontos finais primários deste estudo foram a sobrevida global em todas as populações aleatoriamente designadas e CPS ≥ 20.

A convidada pelo GBCP para comentar o trabalho é a oncologista Milena Perez Mak, médica clínica da OncoStar e uma das coautoras da pesquisa. Em sua avaliação, esse estudo infelizmente não foi positivo para a sobrevida global: “Teve um desenho estatístico bastante robusto e parte do pressuposto que o braço controle teria uma sobrevida de aproximadamente 10 meses e se atingiu a sobrevida mediana de 13,9 meses para o braço da imunoterapia combinada e 13,5 meses para o regime EXTREME”.

A oncologista ainda destaca que mesmo com essa conclusão, o que chamou a atenção foi um número alto de pacientes que completaram dois anos de tratamento no braço da imunoterapia isolada. Ela também destaca que “para o futuro é preciso avaliar qual seria a melhor subpopulação que se beneficiaria de uma intensificação da imunoterapia”.

Além disso, conclui que nesse momento não há como recomendar esse tratamento como uma terapia padrão. “O caminho para melhorar a resposta imuno dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço talvez não seja essa combinação, mas outras válidas nesse contexto”, diz.

Portanto, mais análises são necessárias para determinar a utilidade da imunoterapia dupla como uma opção de tratamento para SCCHN.

 

Referência

HADDAD, Robert I: et al. Nivolumab Plus Ipilimumab Versus EXTREME Regimen as First-Line Treatment for Recurrent/Metastatic Squamous Cell Carcinoma of the Head and Neck: The Final Results of CheckMate 651. J Clin Oncol, 2022.

Disponível em:

https://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.22.00332

 

O tema também foi comentado em episódio do Conexão Cabeça e Pescoço, o nosso podcast, em formato de pílulas.


Confira:


https://open.spotify.com/episode/44Dl3nIOJR10FxjphRru50?si=fb49f4899e5246c0

55B5F77F-94D9-4E2E-BF89-275EBEE8B909

Mitos e verdades sobre o HPV

Saiba mais sobre o HPV entendendo o que é mito ou verdade.

1 – O HPV é transmitido pelo contato sexual?
Verdade. O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) e a principal forma de transmissão é pelo contato sexual (genital, anal ou oral).

2- O HPV é um vírus único?
Mito. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, sendo que 40 deles podem infectar a região genital e provocar alguns tipos de câncer (colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe) e outros podem causar verrugas genitais. Existem 12 tipos identificados como de alto risco (HPVs tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) que têm probabilidades maiores de persistirem e estarem associados a lesões pré-cancerosa. Os de tipo 16 e 18 são os responsáveis pela maioria dos casos de câncer de colo do útero.

3 – O HPV pode causar câncer?
Verdade. O HPV é a principal causa do câncer de colo de útero, além de ser também fator de risco para os cânceres de vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe) e pode causar também as verrugas genitais.

4 – Usar preservativo nas relações sexuais impede a transmissão do HPV?
Mito. Apesar da importância do uso de preservativo nas relações sexuais para impedir as doenças sexualmente transmissíveis, ele não consegue prevenir totalmente a infecção pelo HPV porque existem algumas áreas como a região pubiana e a bolsa escrotal que não ficam protegidas pelo preservativo e podem conter o HPV.

5 – O HPV é transmitido por meio de alicate de unha ou produtos de higiene como o sabonete, por exemplo?
Mito. O HPV só é transmitido no contato da pele de uma pessoa infectada com outra, como no contato sexual sem proteção, por exemplo ou durante o parto, da mãe para o bebê que teve contato com feridas ou verrugas presentes na região genital da mulher.

6 – O HPV normalmente não apresenta sinais ou sintomas?
Verdade. Geralmente, no início a infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. As primeiras manifestações surgem entre 2 a 8 meses do contato, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. Na maioria das vezes a infecção tem resolução espontânea pelo próprio organismo em um período de 24 meses.

7 – Existe uma vacina que previne o HPV?
Verdade. A vacina contra o HPV existe e está disponível gratuitamente nos postos de saúde, mas ela não protege contra todos os tipos de HPV. A vacina oferecida pelo Ministério da Saúde no Brasil é a quadrivalente que protege contra os vírus 6, 11, 16 e 18, o câncer de colo de útero e as verrugas genitais.
A vacina é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Além desse grupo, ela também é recomendada para homens e mulheres de 09 a 45 anos portadores do vírus HIV; Pessoas transplantadas de órgãos sólidos, medula óssea ou pacientes oncológicos.

8 – O HPV só atinge as mulheres?
Mito. Os homens também podem ser infectados pelo HPV e ser transmissor da infecção. Além disso, nos homens, o vírus pode desencadear o desenvolvimento do câncer de pênis, ânus e cavidade oral.

9 – Todas as mulheres com HPV vão ter câncer?
Mito. A maior parte dos casos o sistema imune elimina o vírus, no entanto, alguns tipos de HPV podem levar à formação de verrugas genitais e/ ou alterações benignas no colo do útero. Caso estas células anormais não sejam tratadas, podem originar câncer, podendo demorar vários anos a desenvolver-se

FC56B772-9232-4E50-812E-1C4956814F67

Câncer de faringe: causas, sintomas e prevenção

A faringe é uma estrutura que conecta o nariz e a boca à laringe e ao esôfago. É o ponto de ligação entre o aparelho digestório e o respiratório. É formada por três regiões: nasofaringe, orofaringe e hipofaringe.

Câncer de Orofaringe:

Se desenvolve na parte da garganta localizada atrás da boca, o que inclui a base da língua, palato mole, amígdalas e/ou na parte lateral e parede posterior da garganta.

As principais causas desse tipo de câncer estão relacionadas ao tabagismo, ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares irregulares e a infecção pelo Papilomavírus Humano – HPV, que é transmitida principalmente pelo contato sexual, nesse caso, oral.

É importante estar atento alguns sintomas que podem indicar a doença: lesão que não cicatriza, incômodo na garganta (sensação de “espinho”), dificuldade para mastigar, engolir, mobilidade da língua e mandíbula prejudicadas, rouquidão, mal hálito constante e aparecimento de nódulo no pescoço.

 

Câncer de Nasofaringe:

Se desenvolve na cavidade que possui forma de cubo, localizada atrás da cavidade nasal.

Os fatores de risco, além do tabaco e do consumo de bebidas alcoólicas, estão relacionados a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV), a fatores genéticos e exposição a fumaça de madeira queimada.

Os principais sintomas são aparecimento de massa na região do pescoço, obstrução nasal, dor de cabeça constante, infecção de ouvido recorrente e zumbido no ouvido.

 

 

Câncer de Hipofaringe:

Se desenvolve na parte profunda da garganta, frequentemente invadem os linfonodos do pescoço.

As causas estão relacionadas também ao tabagismo e ao consumo de bebidas alcoólicas, além da doença do refluxo gastroesofágico.

Dentre os principais sintomas: dificuldade para engolir, dor de ouvido recorrente, perda de peso, aparecimento de nódulo ou massa no pescoço.

 

DIAGNÓSTICO

Ao observar alguma alteração suspeita é importante buscar avaliação de um médico otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço.

Além do exame clínico, o médico vai solicitar o exame de nasofaringoscopia, que usa um tubo flexível de fibra óptica inserido pelo nariz para observar o revestimento interno e outros exames de imagem que podem incluir: tomografia, ressonância magnética, tomografia e raio-x. Já a confirmação ou não do diagnóstico de câncer ocorre após a realização da biópsia.

 

PREVENÇÃO

  • Não fumar nenhum produto derivado do tabaco e evitar o tabagismo passivo
  • Evitar o consumo excessivo e constante de bebidas alcoólicas
  • Vacinar contra o HPV – Papilomavírus Humano, uma infecção sexualmente
  • transmissível
post_ca-laringe (4)

Câncer de laringe: quais as causas, sintomas e formas de prevenção?

Segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer, estima-se que em 2023, no Brasil,  7.790 novos casos de câncer de laringe serão diagnosticados. A laringe é a parte da garganta localizada entre a base da língua e a traqueia, onde estão as cordas vocais. O câncer de laringe pode se desenvolver em qualquer uma das regiões da garganta.

O câncer de laringe é o nono tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros e o segundo mais comum na região de Cabeça e Pescoço, atrás apenas dos tumores de cavidade oral

CAUSAS E PREVENÇÃO

O câncer de laringe é mais prevalente em homens acima dos 50 anos e tem como principais causas o tabagismo, o consumo em excesso de bebida alcoólica e a infecção pelo vírus HPV – Papilomavírus Humano, transmitido principalmente pelo contato sexual. Além desses, o refluxo gastroesofágico, uma doença crônica, também pode levar ao desenvolvimento da doença. 

Cerca de 30% dos casos de câncer de laringe poderiam ser evitados com a adoção de algumas medidas.

  • Não fumar nenhum produto e evitar o tabagismo passivo
  • Evitar o consumo excessivo e constante de bebidas alcoólicas
  • Manter o peso corporal adequado
  • Cuidar da saúde da voz

 

SINTOMAS

Os principais sintomas de câncer de laringe, que podem variar de acordo com a localização e estágio da doença, são:

  • Rouquidão ou alterações na voz;
  • Dificuldade para engolir alimentos ou sensação de algo preso na garganta;
  • Dor de garganta ou de ouvido persistentes;
  • Caroço no pescoço;
  • Tosse constante;
  • Problemas respiratórios;
  • Perda de peso sem motivos.

Os sintomas podem não ter relação com o câncer de laringe, mas é preciso estar atento e consultar um médico especialista para uma avaliação mais precisa.

DIAGNÓSTICO

Ao observar alguma alteração suspeita é importante o paciente buscar avaliação de um médico otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. Além do exame clínico, o médico pode solicitar a realização de uma laringoscopia e exames de imagem (tomografia, ressonância magnética) e, se necessário, uma biópsia da lesão para confirmar ou descartar o diagnóstico. O tratamento do câncer de laringe vai depender do estágio da doença e das condições clínicas do paciente, podendo ser indicada a cirurgia, combinada com radioterapia ou quimioterapia após a cirurgia para reduzir as chances de recidiva do câncer.

Quanto mais precoce for o diagnóstico da doença, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

post_iodoterapia (2)

Iodoterapia: como adotar uma dieta pobre em iodo

A cirurgia é o principal tratamento para o câncer de tireoide e em alguns casos é indicado também um tratamento complementar com a iodoterapia, principalmente para os tumores de tireoide do tipo bem-diferenciado (papilíferos e carcinomas), cujas células têm características semelhantes às células tireóideas e por isso captam o iodo para fabricar hormônio.

A iodoterapia tem como objetivo eliminar as células cancerígenas que restaram no organismo após a cirurgia ou quando ocorre a metástase para os gânglios linfáticos ou outros órgãos.

Porém, uma das condições para que a iodoterapia tenha eficácia é a adoção de uma dieta pobre em iodo antes do tratamento, ou seja, uma dieta que evite alimentos que contêm sal iodado e corante vermelho, produtos lácteos, ovos, frutos do mar e soja.

O objetivo dessa dieta é aumentar a captação do organismo pelo Iodo radioativo que será recebido durante o tratamento.

 

ALIMENTOS PARA DIETA POBRE EM IODO

 

ALIMENTOS PROIBIDOS PERMITIDOS
Sal Sal iodado comum (supermercado),
salgadinhos industrializados, temperos prontos
Sal sem iodo (farmácia
de manipulação). Evite
sal vendido em supermercado
Carnes Carne defumada, carne
de sol (charque), embutidos
Carne vermelha fresca,
carne de frango e carne
de porco
Peixes e frutos do mar Todos os tipos de peixe e

frutos do mar

Ovos Gema do ovo Clara de ovo
Molhos, óleos e gorduras Molhos e extrato de tomates industrializados, maionese, margarina, molho de soja
e óleo de soja
Óleo de milho, óleo de girassol, azeite de oliva, vinagre e molho de tomate caseiro
Laticínios Sorvetes, leites, creme de leite, manteiga, queijo, requeijão, leite de soja, tofu Leite em pó desnatado
Frutas Frutas cristalizadas, secas,
em conserva ou em calda, salgadas e uvas
Frutas naturais (frescas)
e sucos de frutas naturais
Vegetais Agrião, repolho, aipo,
couve de Bruxelas, berinjela, brócolis, espinafre e os enlatados (azeitona, milho, ervilha, cogumelo, picles e palmito)
Alface, batata sem casca, beterraba, cenoura, cebola, chuchu, pepino e tomate
Pães e massas Pães industrializados,
pizza, empanados, tortas salgadas, bolos, biscoito água e sal e cream cracker
Pão Caseiro
Cereais e Grãos Cereais industrializados,
nozes e amendoim
Arroz, aveia, feijão, milho, trigo e farelo de trigo
Doces Doces com gema de ovo, chocolate, brigadeiro, doce de leite, gelatina, pudim Açúcar, mel, geleia caseira, melado, doce de banana, de coco e de mamão caseiro.
Bebidas Chá e sucos industrializados, café solúvel, refrigerantes, e bebidas alcoólicas. Café de filtro, suco natural de frutas, água de coco natural e chá caseiro.

post_refluxo

Refluxo Gastroesofágico e o câncer de cabeça e pescoço

Alguns fatores de risco podem predispor o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço. Quando nos referimos ao câncer de laringe e hipofaringe um desses fatores é a doença do refluxo gastroesofágico.

 

O refluxo gastresofágico se caracteriza pelo retorno involuntário e repetitivo do conteúdo do estômago para o esôfago, incluindo ácido e bile. Isso ocorre quando o músculo e esfíncteres que deveriam impedir esse processo não funcionam de forma adequada. O refluxo vai causando inflamação e irritação em razão da acidez e da quantidade de ácido que retorna para o esôfago, pois a mucosa desse órgão não tem proteção contra esse líquido, diferentemente do estômago.

 

Quando o líquido do refluxo chega ao esôfago ele pode também chegar à garganta e aos pulmões. Se houver uma recorrência dessa condição, ou seja, o refluxo se tornar crônico, pode vir a ser um fator de risco para o câncer de laringe e hipofaringe, além do câncer de esôfago. 

 

Dentre os principais sintomas do refluxo estão:

  • azia ou queimação que se origina na boca do estômago, mas pode atingir a garganta;
  • dor torácica intensa, que pode ser confundida com a dor da angina e do infarto do miocárdio;
  • tosse seca;
  • doenças pulmonares de repetição, como pneumonias, bronquites e asma

 

Se perceber alguns desses sintomas, é importante buscar uma avaliação médica.

post_podcast_gislaine (1) (1)

Revisão sistemática apresenta correlação entre a extensão extranodal radiológica e patológica no câncer orofaríngeo associado ao HPV

As infecções por HPV de alto risco podem causar câncer nas partes do corpo onde as células são infectadas, como a orofaringe (trecho da garganta logo atrás da boca). O carcinoma espinocelular de orofaringe associado ao papilomavírus humano (HPV[+]OPSCC) requer mais pesquisas para otimizar o sistema de estadiamento clínico existente e orientar a seleção do tratamento.

Para aprofundar o tema, foi publicado em setembro na Wiley o estudo “Correlation between radiologic and pathologic extranodal extension in HPV-associated oropharyngeal cancer: Systematic review”, no qual pesquisadores realizaram uma revisão sistemática para compreender se o pré-tratamento da extensão extranodal (ENE) tem implicações clínicas significativas no carcinoma espinocelular de orofaringe (OPSCC) positivo para papilomavírus humano (HPV+).

Na metodologia utilizada, os critérios de inclusão foram identificados e selecionados com a ajuda de um bibliotecário científico, com data de corte de 18 de maio de 2021. A pesquisa foi realizada nos bancos de dados eletrônicos MEDLINE (PubMed), Embase (Ovid), Cochrane Central Register of Controlled Trials (via Cochrane Library), Web of Science e Scopus (apenas pesquisas em inglês fizeram parte).

Um total de 1772 citações foram recuperadas na busca inicial. Após a triagem dos títulos e resumos, seis estudos foram incluídos na revisão, sendo quatro elegíveis para metanálise e dois submetidos à síntese narrativa. 

A convite do GBCP para comentar esse estudo, a médica radiologista Dra. Gislaine Machado Porto, do Departamento de Diagnóstico por Imagem e do Centro de Referência de Tumores de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center, observa que “todos os pacientes tinham confirmação histopatológica nesses linfonodos suspeitos, o que é muito interessante”, afirma.

Segundo Dra. Gislaine, o grupo de pesquisa acertou em inserir pacientes que não haviam sido submetidos a uma terapia, quimioterapia ou radioterapia, porque alterações pós-terapêuticas podem confundir, principalmente as da gordura de pele linfodomodal – principal critério para avaliar se vai ter ou não extensão extracapsular. Mas ela alerta que “devido ao pequeno número de casos incluídos, não se conseguiu agrupar todas as diferentes modalidades na análise da metanálise”.

A especialista ainda observa que “a resposta para avaliar o melhor método em pacientes com câncer orofaríngeo associado ao HPV persiste em aberto”. A profissional conclui que este estudo tem um impacto ao reforçar a tomografia como um método muito bom de primeira escolha na avaliação de OPSCC. “É rápido, barato, disponível e tem um desempenho moderado regular pra avaliação a extensão extracapsular”, diz.

 

 

Referência do estudo

 

Morey T, Hodge J-C, Stern C, Krishnan S, Foreman A. Correlation between radiologic and pathologic extranodal extension in HPV-associated oropharyngeal cancer: Systematic review. Pescoço. 2022;44(12): 2875-2885. doi:10.1002/hed.2718.

 

O estudo também foi comentado em episódio do Conexão Cabeça e Pescoço, o nosso podcast, em formato de pílulas.  Confira:

[embed]https://open.spotify.com/episode/5QGbOjZGwAR2ab1WBRbMyq[/embed]

 

post_ca-laringe (3)

Quais são as causas e sintomas do câncer de laringe?

O câncer de laringe é um dos tipos mais comuns de câncer de cabeça e pescoço. A laringe está localizada entre a base da língua e a traqueia e o câncer nessa região pode se desenvolver nas três áreas que formam a laringe: a supraglote, a glote e a bubglote. Na maioria dos casos o tumor se desenvolve na glote, onde estão localizadas as cordas vocais.

A doença é mais prevalente em homens acima dos 50 anos e existem alguns fatores de risco importantes que predispõem ao desenvolvimento do câncer de laringe. Esses fatores em sua maioria podem ser evitados com a adoção de algumas atitudes.

 

Entenda quais sãos esses fatores:

O fumo e o álcool são os principais fatores de risco, sendo que o fumo aumenta em 10 vezes a chance de desenvolvimento do câncer de laringe.

A infecção pelo vírus HPV – Papilomavírus Humano, transmitido principalmente pelo contato sexual (nesse caso oral) também é considerado um fator de risco. Além desses, o refluxo gastroesofágico, uma doença crônica, também pode levar ao desenvolvimento do câncer

 

Sintomas do câncer de laringe:

Alguns sintomas podem indicar a suspeita de um câncer de laringe e eles podem ser diferentes a depender da localização do tumor. Por exemplo, a dor de garganta, principalmente durante a alimentação, pode indicar um câncer na supraglote e a rouquidão um tumor na glote ou subglote.

O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais, como alteração na qualidade da voz, dificuldade de engolir e sensação de “caroço” na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, podem ocorrer dor na garganta, disfagia mais acentuada e dispneia (dificuldade para respirar ou falta de ar).

Possíveis sintomas:

  • dor de garganta persistente
  • rouquidão persistente
  • alteração na qualidade da voz
  • dificuldade de engolir
  • sensação de “caroço” na garganta
  • nódulo (caroço) no pescoço

 

Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas se eles persistirem por mais de duas semanas é importante procurar avaliação médica. Se houver suspeita de câncer de laringe, o médico vai solicitar alguns exames para diagnóstico, como a laringoscopia e exames de imagem (tomografia, ressonância magnética) e, se necessário, uma biópsia da lesão para confirmar ou descartar o diagnóstico.

O tratamento do câncer de laringe vai depender do estágio da doença e das condições clínicas do paciente, podendo ser indicada a cirurgia, combinada com radioterapia ou quimioterapia após a cirurgia para reduzir as chances de recidiva do câncer.

post_podcast_felipe

Estudo traz classificação de tumores nasossinusais por meio de algoritmo de aprendizado de máquina baseado em padrões de metilação do DNA

Os tumores nasossinusais são muito raros e representam cerca de 2% de todas as neoplasias malignas. Sendo uma doença incomum, poucos estudos estão disponíveis para definir a melhor abordagem terapêutica. Pensando nisso, foi desenvolvida uma metodologia que resultou em pesquisa publicada em novembro na revista científica Nature Communications.

Intitulado DNA methylation-based classification of sinonasal tumors, o trabalho buscou trazer uma nova classificação dos tumores nasossinusais, ajudando a mudar a percepção atual dos carcinomas indiferenciados nasossinusais. Os pesquisadores utilizaram um algoritmo de aprendizado de máquina baseado em padrões de metilação do DNA para classificá-los com confiabilidade de grau clínico.

Para o estudo, foi coletado cortes de 395 tumores nasossinusais e diagnósticos diferenciais relevantes abrangendo 18 diferentes entidades definidas histologicamente. Já para testar se a classificação tumoral baseada na metilação do DNA para carcinomas indiferenciados nasossinusais (SNUCs) era aplicável, obtiveram cortes de 429 perfis de metilação do DNA de alta qualidade de tumores nasossinusais e tecido normal. Para a análise, um total de 18 classes epigenéticas distintas e estáveis ​​foram identificadas.

Os autores concluíram que tumores nasossinusais com morfologia SNUC não são tão indiferenciados quanto a terminologia atual sugere, mas sim reatribuída a quatro moléculas, de classes distintas, definidas por perfis epigenéticos, mutacionais e proteômicos.

Convidado pelo GPCP para comentar este estudo, o médico patologista do A.C.Camargo Cancer Center, Dr. Felipe D’Almeida Costa,  coordenador médico de Educação da Patologia da DASA e Vice-Presidente para Assuntos Acadêmicos da Sociedade Brasileira de Patologia, avalia a metodologia como revolucionária no auxílio de diagnóstico de alguns tipos de tumores. “Junto com a publicação desse artigo, vem também a disponibilidade online de um website para executar esse algoritmo de ventilação. Pode-se pegar os arquivos brutos e submeter no site www.aimethylation.com”, explica.

Ainda conforme Felipe, a metodologia empregada é robusta e “vai ajudar a classificar esses tumores, além de trazer uma precisão muito maior e direcionando os pacientes para o tratamento adequado”, esclarece.

No Brasil, algumas instituições estão utilizando o perfil de ventilação – mais voltada para a pesquisa, como é o caso da Universidade de São Paulo (USP). A DASA começou a fazer de forma comercial.

O médico patologista finaliza dizendo que este é um artigo desenhado e construído de uma forma muito interessante. “Eu realmente gostaria de ter a oportunidade de testar alguns casos, para executar algoritmos neles, até para testar se estamos fazendo diagnóstico destes tumores de forma correta”, pontua.

 

Referência do estudo

JURMEISTER, Philipp. DNA methylation-based classification of sinonasal tumors. Nature Communications, 2022.

Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41467-022-34815-3

 

 

O estudo também foi comentado em episódio do Conexão Cabeça e Pescoço, o nosso podcast, em formato de pílulas. Confira: 

 

[embed]https://open.spotify.com/episode/597g1KLLhDYxp58WhpD4kZ[/embed]

 

 

post_tumor-paratireoide

Tumor na paratireoide: o que é importante saber

No nosso corpo existem quatro pequenas glândulas que são responsáveis por regular os níveis de cálcio no organismo, elas são chamadas de paratireoides. O câncer também pode se desenvolver nessa região, apesar de ser raro. A maioria dos tumores nas glândulas paratireoides são benignos: os adenomas ou hiperplasias.

Uma das principais condições que podem indicar a suspeita de um câncer nessa região é a hipercalcemia, o aumento da quantidade cálcio no sangue, o que traz sintomas como cansaço fraqueza e sonolência. O aumento do cálcio ocorre porque a célula cancerígena produz excesso do hormônio PTH (hiperparatireoidismo), que retira cálcio do osso para o sangue.

 

Fatores de Risco

Não há um consenso sobre os fatores de risco que estão relacionados especificamente ao desenvolvimento de adenomas ou de câncer de paratireoide. No entanto, observa-se algumas mutações genéticas em casos raros da doença, como nos genes FIHP e MEN1.

 

Sintomas

Ao perceber alguns dos sintomas, é importante procurar um otorrinolaringologista ou um especialista em cirurgia de cabeça e pescoço.

  • Dor, especialmente nos ossos;
  • Fadiga ou sonolência;
  • Dificuldades para falar ou de engolir alimentos;
  • Hipercalcemia – aumento repentino do nível de cálcio no sangue;
  • Problemas renais, incluindo pedras nos rins;
  • Perda de apetite;
  • Sede intensa;
  • Micção frequente;
  • Fraqueza muscular;
  • Caroço no pescoço.

 

Diagnóstico

Geralmente, esse tipo de câncer não apresenta sintomas iniciais e tem  crescimento lento, por isso, em grande parte dos casos é diagnosticado durante a investigação ou tratamento de alguma outra doença.

O diagnóstico pode ser feito por exames de rotina em pacientes sem sintomas

Quando o paciente apresenta sinais de hipercalcemia (aumento do cálcio no sangue), são solicitados exames de sangue, raios-X, cintilografia, utrassonografia, ressonância ou  tomografia computadorizada, mas a confirmação do diagnóstico só acontece após o procedimento cirúrgico com a biópsia, que é a analise microscópica da amostra da lesão.

 

Tratamento

As opções de tratamento dependem das características do tumor e estado clínico do paciente.

O principal tipo de tratamento indicado é a cirurgia para a retirada do tumor. Antes dela, o paciente pode precisar tomar medicamentos para controlar a quantidade de cálcio no sangue até que o procedimento seja feito.

Em algumas situações de doença avançada podem ser indicadas a quimioterapia ou a radioterapia como tratamento complementar.

Powered by themekiller.com anime4online.com animextoon.com apk4phone.com