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Highlights ESMO 2018 parte II: estudo KEYNOTE 048

Por Dr Gilberto Castro Jr, Oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e Hospital Sírio Libanês, SP. 

O KEYNOTE 048 é um estudo de fase 3, aberto, randomizado, de três braços, que comparou quimioterapia aos moldes do estudo EXTREME (cetuximabe, cisplatina e fluorouracil – PFE) com pembrolizumabe 200mg a cada 03 semanas isolado (I) ou associado à quimioterapia sem cetuximabe (PF + I) para pacientes com diagnóstico de carcinoma escamocelular de cabeça e pescoço recidivado ou metastático (CECCP R/M) em primeira linha. Os objetivos primários foram sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG). Foi apresentada a segunda análise interina na ESMO 2018, com 882 pacientes recrutados. A análise por subgrupo considerava o escore combinado positivo (CPS) ≥ 20 ou ≥ 1. A SG dos pacientes que receberam pembrolizumabe foi superior a dos pacientes submetidos à PFE (com CPS ≥ 20, mediana de 14,9 vs 10,7 meses e p = 0,0007 e com CPS ≥ 1, mediana 12,3 vs 10,3 meses e p = 0,0086). O braço I não prolongou a SLP em CPS ≥ 20 (p = 0,5), e por conseguinte não foram feitas outras análises de SLP para I vs PFE. A SG do braço PF + I foi não-inferior e superior a PFE para a população total (mediana 13,0 vs 10,7 meses e p = 0,0034). Apesar de a taxa de resposta global confirmada (ORR) dos pacientes tratados com quimioterapia ser melhor que a dos pacientes tratados com imunoterapia isolada, a duração da resposta foi marcantemente melhor para os pacientes do braço I, com duração de resposta mediana, entre os pacientes com CPS ≥ 20, de 20,9 meses frente a 4,2 meses para os pacientes do braço PFE. Quanto aos efeitos colaterais, os pacientes que receberam imunoterapia isolada apresentaram 17% de efeitos adversos grau 3 ou 4, enquanto os outros grupos que receberam quimioterapia apresentaram 69% (esquema PFE) e 71% (esquema PF + I). Esses achados devem levar à incorporação do pembrolizumabe, seja em uso isolado ou em combinação com quimioterapia, para o tratamento de primeira linha dos pacientes com CECCP R/M.

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Highlights da ESMO 2018 sobre Câncer de Cabeça e Pescoço

Eduardo Dias de Moraes, oncologista clínico do NOB- grupo Oncoclínicas

O congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, ESMO, desse ano, ocorreu nos dias 19-23 de outubro, na agradável cidade de Munique, Alemanha.

A imunoncologia se destacou como a grande vedete do evento como um todo e, em particular, nas neoplasias de cabeça e pescoço. Houve, inclusive, uma sessão específica dedicada a imunoterapia em tumores de cabeça e pescoço. O estudo mais esperado foi a apresentação do estudo Keynote 048, que será comentado futuramente pelo Dr. Gilberto Castro, um dos autores do estudo. Também foi destacada uma análise post hoc do estudo Keynote 040 que avaliou o benefício do tratamento de segunda linha de pacientes com carcinoma escamocelular de cabeça e pescoço metastático ou recidivado com Pembrolizumabe versus (vs) tratamento com quimioterapia a critério do investigador (Metotrexate, Docetaxel ou Cetuximabe). Foram apresentadas a sobrevida global (SG) mediana por tratamento: 8,4 meses para Pembrolizumabe, 6,0 meses Metotrexate, 7,1 meses Cetuximabe e 7,7 meses Docetaxel (Fig.1); e a SG para pacientes previamente tratados ou não com Cetuximabe. Nesta análise, apenas os pacientes sem exposição prévia ao Cetuximabe obtiveram uma tendência de ganho de SG mediana com Pembrolizumabe, 8,2 versus 6,9 meses, HR 0,78, p=0,06 (Fig.2).

Uma das possíveis explicações para a perda de benefício do Pembrolizumabe em pacientes previamente tratados com Cetuximabe pode ser que estes são mais pesadamente tratados e a outra seria uma possível diminuição de PD(L)-1 e da resposta imune com a exposição prévia ao Cetuximabe.

Outro estudo apresentado, na sessão oral de cabeça e pescoço, foi o estudo De-ESCALaTE HPV, que randomizou 334 pacientes com carcinoma escamocelular de orofaringe, p16 positivo por imunohistoquímica, de baixo risco pela classificação de Ang, AJCC TNM 7 estadio clínico III-IVa (T3-4N0M0 ou T1-4N1M0), ECOG 0-2; a radioterapia 70Gy, em 35 frações em 7 semanas, associado a Cisplatina 100mg/m2 D1,22,43 ou a Cetuximabe semanal com a mesma dose de radioterapia. O objetivo primário foi toxicidade aguda e tardia e os objetivos secundários foram avaliar toxicidade severa, qualidade de vida, deglutição, sobrevida global, recorrência e custo efetividade. Assim como o estudo RTOG 1016, apresentado na ASTRO deste ano, o estudo De-ESCALaTE HPV não demonstrou diferença de toxicidade aguda e tardia ou qualidade vida nos pacientes tratados com radioterapia e Cetuximabe (Fig.3), entretanto eles tiveram uma pior sobrevida global em 2 anos (89,7% vs 97,2%), HR 4,40, p=0,004, (Fig.4), e maior taxa de recidiva local (3% vs 12%) e a distância (3% vs 9%). Portanto radioterapia associado a Cisplatina 100mg/m2 a cada 3 semanas segue sendo o tratamento padrão para pacientes com carcinoma de orofaringe, HPV+, de baixo risco.

[caption id="attachment_443" align="alignleft" width="1941"] Figura 1[/caption] [caption id="attachment_442" align="alignleft" width="1962"] Figura 2[/caption] [caption id="attachment_441" align="alignleft" width="640"] Figura 3[/caption] [caption id="attachment_438" align="alignleft" width="640"] Figura 4 [/caption]

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