Confira 10 dicas voltadas para médicos residentes da área de câncer de cabeça e pescoço sobre a jornada de cuidado do paciente com câncer de cabeça e pescoço
Dra. Milena Perez Mak é professora colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e médica oncologista do Grupo de Oncologia Torácica e Câncer de Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e da Rede D’Or de São Paulo.
Nós pedimos à especialista 10 recomendações voltadas a médicos residentes sobre a jornada de cuidado do paciente com câncer de cabeça e pescoço.
Confira
1. Conheça a doença
É muito importante ter entendimento aprofundado da história natural da doença para saber a melhor maneira de chegar ao diagnóstico e ao tratamento mais adequado ao paciente.
2. Sempre faça uma boa anamnese
Dedique tempo para entender o contexto médico do paciente. Você precisa saber se o paciente apresenta comorbidades que podem impactar em sua escolha terapêutica.
3. O contexto social do paciente importa
Tenha um olhar humano e além do técnico sobre seu paciente para que possa entender o contexto social em que ele se insere. Para isso, faça perguntas, para saber: quem é o cuidador principal do paciente e a pessoa que o auxilia em uma tomada de decisão; onde o paciente mora e se fica distante do centro de tratamento; se ele trabalha, qual é sua profissão. Com isso, o médico consegue entender a situação do paciente e identificar que tipo de suporte ele pode precisar da equipe multidisciplinar.
4. Trabalhe com a equipe multidisciplinar
Em geral, o paciente acometido por câncer de cabeça e pescoço fica muito fragilizado emocionalmente, principalmente, em casos de tumores muito aparentes, que expõem que ele está com uma doença grave, além de trazer à tona questões de autoimagem. Tudo isso deve ser endereçado pelo médico e pela equipe multidisciplinar.
5. Seja realista e empático
Empatia é essencial. Precisamos entender que o câncer de cabeça e pescoço, muitas vezes, se apresenta como uma doença com sintomas limitantes para a qualidade de vida. O paciente quer saber, por exemplo, como ficará sua vida durante e depois do tratamento. O médico precisa transmitir as informações de modo realístico e empático.
6. Atenção ao paciente e à família
Importante trazer os familiares e os cuidadores para o contexto do paciente. Eles precisam entender que o tratamento pode trazer limitações, como dificuldades reais de alimentação e que não basta o paciente se dispor a comer para vencer essa limitação.
7. Vá além de sua especialidade
A abordagem multidisciplinar é determinante para o melhor desfecho do tratamento. Portanto, é importante que o médico conheça quais são as terapias de reabilitação que podem ser oferecidas pelas outras especialidades.
8. Aproveite todas as oportunidades de aprender
Na graduação, a carga horária dedicada à oncologia costuma ser pequena. Se considerarmos a de câncer de cabeça e pescoço, pode ser menor ainda. Portanto, durante a especialização, o residente deve aproveitar todas as oportunidades de aprendizado. Os casos são uma fonte importante de conhecimento e devem ser vistos e revistos para entender como foi o manejo do paciente e como isso impactou o desfecho.
9. Participe das reuniões multidisciplinares
A oportunidade de atuar com uma equipe multidisciplinar é um benefício muito importante na residência. Participe ativamente das reuniões multidisciplinares.
10. Aproveite a oportunidade de integração
No dia a dia, integre-se com os colegas de outras especialidades, troque informações, discuta casos. É mais fácil ter contato com a totalidade desse time na residência do que depois, quando você estiver trabalhando, por exemplo, em uma instituição privada. Isso porque, muitas vezes, os diferentes especialistas não estão todos na mesma instituição, o que dificulta esse contato diário mais próximo, como o que ocorre na residência.
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