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Consenso propõe sistema de classificação para diagnóstico da extensão extranodal a partir de imagens radiológicas de tumores de cabeça e pescoço

Um consenso internacional de pesquisa em oncologia propõe um novo sistema de classificação para auxiliar no diagnóstico da extensão extranodal diagnosticada a partir de imagens radiológicas de tumores de cabeça e pescoço


Regina Gomes

Publicado na revista científica The Lancet, o estudo Criteria for the diagnosis of extranodal extension detected on radiological imaging in head and neck cancer: Head and Neck Cancer International Group consensus recommendations traz a visão de um grupo de 18 especialistas internacionais em radiologia, representando 14 grupos nacionais de pesquisa clínica. O trabalho apresenta as recomendações de consenso sobre a terminologia e os critérios diagnósticos para a extensão extranodal detectada por imagem para harmonizar a prática clínica e a pesquisa.

 

O estudo é tema do episódio 24 do Conexão Cabeça e Pescoço, podcast em formato de pílulas de conhecimento do GBCP, tendo como convidada Regina Gomes, doutora em Radiologia e médica radiologista do Grupo de Cabeça e Pescoço do InRad-HCFMUSP e do Hospital Israelita Albert Einstein. A mediação é da oncologista clínica Aline Lauda Chaves, diretora do GBCP e do Grupo Dom Oncologia.

 

No processo de avaliação, os especialistas do consenso apontam forte concordância para os seguintes fatores como aqueles que favorecem o diagnóstico por imagem de extensão extranodal: margem ou borda nodal indistinta ou irregular; extensão em gordura perinodal; extensão em estruturas adjacentes, como músculos, pele, glândulas e sistema neurovascular e aspecto conglomerado, emaranhado e coalescente. Os especialistas também concordam fortemente contra o uso de espessamento capsular e necrose nodal central como critérios. Para essas conclusões, explica Regina Gomes, eles estabeleceram um grupo de correlação com o anatomopatológico, dividindo em consistente (se fosse mais de 90%), suspeito (de 60% a 90%), possível (de 30% a 60%) e improvável (menos que 30%). “E a concordância entre observadores variou de um, que era muito pouco provável, a cinco”, explica.

 

Aline Lauda cita uma situação na qual um paciente se apresenta com linfonodo de 3 a 4 centímetros e pergunta para a convidada sobre qual seria o melhor exame, segundo o consenso, considerando sensibilidade e especificidade, mais indicado para visualizar a extensão. “Basicamente, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são muito utilizadas e o ultrassom, por sua vez, menos utilizado. Isso, porém,  tem um viés, porque nos Estados Unidos eles não usam muito a ultrassonografia, que, por sua vez, é mais usada no Brasil, na Europa e na Ásia”, observa Regina Gomes.


Ainda segundo Regina Gomes, a ultrassonografia tem o seu valor, mas é mais subjetiva, ao passo que a tomografia e a ressonância são mais objetivas. “Falando da minha experiência com os cirurgiões, eu sei que todos vocês têm muito mais familiaridade para ver uma imagem de tomografia do que de ressonância magnética. Além disso, o custo da ressonância é muito mais alto. Então, nesse sentido todo, juntando tudo, eu recomendaria a tomografia computadorizada, sem dúvida”, afirma a convidada do episódio 24.


O papo completo, com mediação da oncologista clínica Dra. Aline Lauda, está disponível em episódio do Conexão Cabeça e Pescoço, o podcast, em formato de pílulas, do GBCP.



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Referência do estudo


Henson C, Abou-Foul AK, Yu E, Glastonbury C, Huang SH, King AD, Lydiatt WM, McDowell L, Nagelschneider AA, Nankivell PC, O'Sullivan B, Rhys R, Xiao Y, Andrew D, Asmussen JT, Bidault F, Dankbaar JW, de Graaf P, Gebrim ES, Hu C, Ding J, Kanda T, Kim J, Kuno H, Medrano-Martorell S, Oikonomopoulos N, Goh JP, Santos-Armentia E, Schafigh DG, Subramaniam RM, Wu XC, Yom SS, Mehanna H. Criteria for the diagnosis of extranodal extension detected on radiological imaging in head and neck cancer: Head and Neck Cancer International Group consensus recommendations. Lancet Oncol. 2024 Jul;25(7):e297-e307. 

 

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