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GBCP abre Julho Verde com live sobre prevenção, diagnóstico inicial e encaminhamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço ao tratamento

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    gbcpcomunicacao
  • há 39 minutos
  • 4 min de leitura

O encontro virtual, aconteceu na terça, dia 1 de julho, para abrir o Julho Verde e reuniu quatro especialistas em diferentes etapas do cuidado do paciente com câncre de cabeça e pescoço.

Live Julho Verde

O Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP), em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), deu início à campanha “Cultive Prevenção, Colha Vida” com a realização da primeira de duas lives previstas para o Julho Verde 2025, mês de conscientização sobre os tumores que acometem a região da cabeça e pescoço.


O encontro virtual, na terça, dia 1 de julho, foi mediado pelo jornalista e doutor em Ciências com ênfase em Oncologia, Moura Leite Netto, e reuniu quatro especialistas em diferentes etapas do cuidado ao paciente oncológico da área de Cabeça e Pescoço. A Live reuniu Milena Mak, oncologista e presidente do GBCP; Fátima Matos, cirurgiã, presidente da SBCCP e vice-presidente do GBCP; Luciana Vieira Muniz, cirurgiã-dentista e coordenadora do Comitê de Ligas Acadêmicas e Novos Membros do GBCP e Olívia Podestá, nutricionista oncológica.


Apesar de acometer áreas visíveis como a boca, pescoço e laringe, o câncer de cabeça e pescoço ainda é majoritariamente diagnosticado em estágio avançado. “É algo que está na cara das pessoas, né? Mas, apesar de estar óbvio, nem sempre é visto com a brevidade necessária”, alertou a oncologista Milena Mak na abertura do encontro.


A cirurgiã Fátima Matos lamentou os gargalos do sistema de saúde. “Mesmo sendo um câncer com sinais visíveis, 80% dos casos ainda chegam aos serviços em estágios III e IV. Isso afeta o prognóstico e a qualidade de vida do paciente”, explicou. Para ela, o problema é agravado pela desinformação, medo e falhas de regulação do SUS. “Tem paciente que fica um ano peregrinando, indo ao posto, à emergência, e é atendido por diferentes especialidades — até farmacêuticos — antes de chegar ao especialista”, lamenta.


Sinais de alerta: o que observar


Durante a live, Fátima reforçou os principais sinais que a população deve observar. “Lesões na boca que não cicatrizam em até 15 dias, dificuldade para engolir, rouquidão persistente, caroços no pescoço e feridas na pele que sangram ou mudam de cor são sinais de alerta. É preciso procurar atendimento o quanto antes”. Ainda segundo a especialista, quando a doença é diagnosticada cedo é possível pular de uma mortalidade bastante elevada para uma chance de cura de até 85%. Diagnóstico precoce salva vidas e preserva funções”, enfatiza.


O papel do dentista no diagnóstico precoce


Com o maior número de dentistas do mundo, o Brasil tem um enorme potencial de prevenção na atenção odontológica, segundo a cirurgiã-dentista Luciana Muniz. “Nós precisamos atuar mais na formação de dentistas com olhar cuidador. Diagnosticar uma lesão suspeita e saber encaminhar é fundamental”, explicou.

Luciana também destacou a importância de preparar a cavidade oral antes do tratamento oncológico. “Fazemos uma análise criteriosa para eliminar focos infecciosos, ajustar próteses, orientar a higiene bucal. Isso tudo previne complicações durante a radioterapia, como a mucosite grave”.


Luciana também afirma que a prevenção é uma escolha diária e acessível. Todos os profissionais de saúde, segundo ela, devem assumir seu papel como agentes transformadores. “Dentistas, médicos, agentes comunitários, enfim, todos têm importância nessa rede”, acrescenta.


HPV: um inimigo invisível e prevenível


Milena Mak também alertou para o avanço dos casos de câncer de orofaringe associados ao vírus HPV. “É um tumor que cresce especialmente em pessoas jovens e não fumantes, que muitas vezes aparece como um caroço no pescoço. A vacina contra o HPV, disponível pelo SUS, pode prevenir esses tumores”, afirmou.


Ela destacou que a infecção é muito comum e muitas vezes assintomática. “A pessoa pode ter contato com o vírus na adolescência e só desenvolver um câncer muitos anos depois. Por isso, é essencial vacinar meninos e meninas.”


Nutrição como estratégia de prevenção e suporte ao tratamento


A alimentação também foi ponto central da discussão. A nutricionista oncológica Olívia Podestá explicou que os hábitos alimentares têm papel direto tanto na prevenção quanto na condução do tratamento. “Mesmo em pessoas que fumam e bebem, o consumo de alimentos in natura, especialmente frutas, mostrou-se um fator protetor contra o câncer de cabeça e pescoço. Claro que isso não neutraliza os riscos, mas ajuda”, disse, citando seu estudo de doutorado.


Quando questionada sobre os desafios durante o tratamento, Olívia afirmou que  o maior desafio do nutricionista oncológico é alimentar o paciente com câncer de cabeça e pescoço em tratamento de radioterapia e quimioterapia concomitante. “Ele sente dor, perde peso, muda o paladar, e a alimentação precisa ser estratégica”, explica.

Olívia também defendeu que o planejamento alimentar seja feito desde o diagnóstico.


“A nutrição está na pré-habilitação, no suporte intratratamento e na recuperação. Se for necessário, a via alternativa de alimentação deve ser discutida sem tabus. O importante é manter o paciente nutrido”, ensina.


Multidisciplinaridade salva vidas


As especialistas foram unânimes ao reforçar a importância da equipe multidisciplinar. “Cirurgia, radioterapia e oncologia clínica são os pilares, mas a gente só tem sucesso com dentista, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo, enfermeiros. Cada um tem papel determinante”, afirmou Milena. Ela destacou, por exemplo, que uma simples perda de peso pode atrasar a radioterapia por necessidade de replanejamento. “O sucesso do tratamento depende de preparo, suporte e reabilitação”, completou.


Uma campanha para mobilizar, informar e transformar


A live foi encerrada com mensagens de esperança e engajamento. “Tenham esperança. Mesmo em casos avançados, há chance de cura. E, por favor, não fumem. Isso não traz nada de bom”, disse Fátima Matos. Luciana reforçou: “O câncer de cabeça e pescoço é altamente prevenível. Informação e engajamento fazem a diferença”.

Olívia resumiu sua mensagem: “Descasque mais, desembale menos. Cuide da alimentação, faça exercício físico, cultive o autocuidado.” Já Milena Mak concluiu com um convite à ação: “Não deixe para amanhã. As pequenas mudanças de hoje fazem muita diferença na jornada da saúde.”


Próximos passos


A próxima live da campanha “Cultive Prevenção, Colha Vida” será realizada no dia 24 de julho, às 19h30, no canal do GBCP no YouTube.






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