Quando se recebe a notícia do diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço, o próximo passo é a definição do protocolo de tratamento que será utilizado para tratar o caso. Cabe à equipe responsável pelo tratamento do paciente definir a conduta terapêutica mais assertiva, mas o paciente deve participar dessa decisão, esclarecendo todas as opções, dúvidas e assumindo a sua parcela de responsabilidade nesse processo.
Um ponto importante é entender que o câncer de cabeça e pescoço se refere a um conjunto de várias doenças, não somente a um tipo, e o tratamento envolve uma equipe multidisciplinar de especialistas que inclui o cirurgião oncológico, o oncologista clínico, o radioterapeuta, em especial os que são especializados nos tumores de cabeça e pescoço.
Entenda quais são os fatores que influenciam na definição do protocolo tratamento individualizado para o paciente com câncer de cabeça e pescoço:
Tipo de tumor: quando se fala em "câncer de boca", por exemplo, há vários tipos da doença. Pode ser um carcinoma de células escamosas, um carcinoma verrucoso ou um adenocarcinoma de glândulas salivares menores, por exemplo. Esses nomes mais técnicos são definidos pelo tipo de célula onde o tumor se origina.
Localização do tumor: o câncer de cabeça e pescoço pode afetar a boca (língua, lábios ou céu da boca, por exemplo), garganta (faringe e laringe), cavidades nasais, as glândulas salivares, a tireoide e a paratireoide.
Estadiamento (estágio) do câncer: um tumor localizado no estágio inicial tem maiores chances de um tratamento mais eficaz, menos invasivo e com menos sequelas ao paciente. Inclusive, com o diagnóstico precoce as chances de cura são acima de 90%. Se a doença for detectada em fase mais avançada - geralmente associa-se mais de um tipo de tratamento - cirurgia e radioterapia com ou sem quimioterapia ou quimioterapia concomitante à radioterapia. Nos casos metastáticos - quando a doença já invadiu outras partes do corpo - usa-se quimioterapia, drogas-alvo ou imunoterapia e o prognóstico costuma ser pior
Perfil clínico do paciente: um mesmo tipo de câncer, localizado em idêntico local e estágio, pode ter um tratamento diferente em diferentes pacientes. Isso ocorre porque o estado de saúde também é um fator importante a ser avaliado.
Depois de analisado todos esses fatores, o médico definirá qual o tratamento mais indicado para o paciente. Os principais tipos são:
Cirurgia: o procedimento mais utilizado para tratar o câncer de cabeça e pescoço. O objetivo é remover o tumor e também tecidos próximos que possam ter sido atingidos por uma metástase do câncer.
Radioterapia: pode ser utilizada de forma única ou complementar à cirurgia ou quimioterapia. Essa técnica utiliza feixes de radiação através da pele para atingir o tumor e destruir as células cancerígenas.
Quimioterapia: tratamento feito com medicamentos muito potentes com a função de combater as células cancerígenas, com doses que podem ser inseridos por via oral ou intravenosa. Também pode ser complementar à cirurgia ou concomitante à radioterapia.
Imunoterapia: é um método semelhante à quimioterapia, com medicamentos que estimulam o próprio sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas. Atualmente costuma ser mais indicada em casos avançados de câncer de cabeça e pescoço.
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