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Tudo sobre câncer de tireoide

O câncer de tireoide é um dos tipos mais comuns de câncer de cabeça e pescoço, afetando principalmente as mulheres. Esse é um tumor com grandes chances de ser curado.


ilustração glândula da tireoide

Nesse artigo, você saberá as principais informações sobre a doença. Entenda quais são os seus tipos, os sinais, como é feito o diagnóstico, o tratamento e mais informações sobre esse tipo de câncer.



O que é tireoide?


É uma glândula endócrina, localizada na base do pescoço, que atua na produção e liberação de certos tipos de hormônios, como tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), importantes para o metabolismo. Na tireoide também é produzida a calcitonina, que ajuda a regular a quantidade de cálcio no sangue.


Para conseguir produzir esses hormônios, a tireoide precisa de iodo, um elemento encontrado na água e nos alimentos (principalmente no sal de cozinha, que tem iodo adicionado na composição do produto, obrigatório por lei, desde 1953 no Brasil).


Os hormônios T3 e T4 vão atuar diretamente no metabolismo, além de auxiliarem na frequência cardíaca, na respiração, digestão, temperatura corporal, atividade mental, fertilidade e na manutenção da pele e dos ossos.



O que é câncer de tireoide?


É o nome dado quando um tumor maligno atinge a glândula tireoide. A palavra câncer aparece quando um conjunto de células anormais, que sofreram alguma mutação, passam a se multiplicar de forma desenfreada em uma parte do corpo. Caso elas tenham a capacidade de expandir para outros tecidos e órgãos, prejudicando a saúde da pessoa, esse tumor é classificado como maligno. No entanto, a maioria dos nódulos que aparecem na tireoide são tumores benignos.



O câncer de tireoide é comum?


Esse é o tipo de tumor mais comum que afeta o sistema endocrinológico (responsável pela produção de hormônios) e um dos mais presentes na cabeça e pescoço.



Quais são os tipos de câncer de tireoide?


  • Carcinoma papilífero – É o principal tipo de câncer de tireoide, encontrado em cerca de 80% a 90% dos casos. É pouco agressivo e mais frequente em mulheres jovens, geralmente diagnosticado durante exames de rotina. O tratamento contra esse tipo de tumor, geralmente, responde de forma positiva e com altas chances de cura.


  • Carcinoma folicular – Encontrado em cerca de 15% dos casos de câncer de tireoide, também costuma crescer lentamente. Mais comum em pessoas que moram em regiões com dieta deficiente em iodo.


  • Carcinoma medular - Representa cerca de 2% dos tumores malignos de tireoide e é dividido em dois tipos: Esporádico e Familiar, esse já deixa claro a relação com síndromes hereditárias (que passam dos pais para filhos).


  • Carcinoma anaplásico – Corresponde a apenas 2% dos casos e é um dos mais agressivos. Seu crescimento acelerado pode obstruir a traqueia e dificultar a respiração.



Quais são os sintomas do câncer de tireoide?


Assim como vários tipos de tumores, o de tireoide pode ser silencioso no início e não apresentar sinais. Um dos sintomas que o câncer de tireoide pode manifestar é a presença de um nódulo (caroço) na região do pescoço. No entanto, isso não significa a confirmação da doença: quase 90% dos nódulos na tireoide são benignos.


Outros sinais de tumores na glândula são perda de voz (rouquidão), dificuldade para respirar ou engolir e gânglios linfáticos inchados na região do pescoço. Caso a doença tenha se espalhado para outras partes do corpo, será possível notar também perda de apetite, fadiga, náuseas e perda de peso sem causa aparente.



O que causa câncer de tireoide? Como me prevenir da doença?


A maioria dos casos não tem uma causa evidente, pois não há um fator de risco como, por exemplo, o cigarro é para o câncer de pulmão. Porém, algumas condições podem sim aumentar a chance de desenvolver um câncer de tireoide, como:


  • Bócio (tireoide aumentada);

  • Histórico familiar de câncer na tireoide ou de doenças na glândula;

  • Tireoidite (inflamação da glândula);

  • Baixa ingestão de iodo;

  • Obesidade;

  • Exposição à radiação, inclusive de radioterapia para tratamento do câncer de cabeça e pescoço (principalmente se ocorrer na infância).


Como a maioria dos casos de câncer de tireoide não têm uma razão específica, é difícil apontar uma forma única de prevenir a doença. Como alguns casos estão relacionados a fatores hereditários, ou seja, quando mais de uma pessoa na família tem histórico de tumores na glândula, nessas situações pode ser feito um acompanhamento do paciente para, se necessário, fazer a remoção da glândula antes da doença se desenvolver.


Ter bons hábitos de saúde, como praticar exercícios físicos, não fumar, ter uma dieta rica em cereais, verduras e frutas e evitar consumir alimentos ultraprocessados, pode melhorar o quadro de saúde, mas não exclui completamente a chance de um câncer de tireoide.



Como o câncer de tireoide é diagnosticado?


A detecção da doença começa, geralmente, a partir da história clínica e do exame físico. Como em muitos casos o câncer de tireoide não manifesta sintomas, a suspeita pode surgir a partir de um exame de rotina, como a ultrassonografia do pescoço, pela qual pode ser identificado um nódulo com características suspeitas.


A partir disso, o médico poderá solicitar alguns exames, como:


  • Biópsia: Essa é a principal forma de confirmar se é ou não um câncer na tireoide. Principalmente por meio de uma biópsia aspirativa com agulha fina, o médico remove células da tireoide para serem analisadas patologicamente em laboratório.

  • Exames de imagem: O ultrassom pode verificar se há a presença de nódulo na glândula e se a doença se espalhou para outras partes do corpo.

  • Exames de sangue: Pode complementar outras análises ao verificar os níveis hormonais e avaliar se a tireoide funciona corretamente.


Atenção: apesar das suspeitas de tumores na tireoide surgirem durante exames de rotina, não é recomendável fazer um rastreamento da doença - ou seja, incluir exames especificamente na busca pelo câncer de tireoide. Essa conduta pode ser indicada somente em casos de pessoas diagnosticadas com síndromes hereditárias que aumentam o risco de tumores na glândula.



Quais são os estágios do câncer de tireoide?


Após a confirmação do câncer de tireoide, é estabelecido também qual o estágio em que a doença se encontra - o chamado estadiamento. Essa análise leva em conta o tamanho do tumor e se ele se espalhou para estruturas próximas do corpo como os gânglios linfáticos.


O estadiamento do câncer de tireoide é estabelecido com a combinação das letras T (de tumor), N (de nódulos) e M (de Metástase) com números de 0 a 4, no qual zero significa que não há tumor, gânglios afetados ou que não espalhou a doença, enquanto 4 é o último estágio, que significa maior presença do câncer.



Como o câncer de tireoide é tratado?


O tratamento para o câncer de tireoide é definido com base no tamanho do tumor e da disseminação da doença - características estabelecidas no estadiamento. Entre as técnicas de tratamento estão:


  • Cirurgia: O tratamento mais comum para o câncer de tireoide. O cirurgião oncológico pode remover parte da glândula ou toda, em um processo chamado tireoidectomia. Se gânglios linfáticos próximos forem afetados também, poderão ser removidos.

  • Iodoterapia: Tratamento com base em um comprimido ou líquido intravenoso com uma dose de iodo radioativo que pode destruir as células cancerígenas presentes na tireoide. O tratamento é seguro e o restante do corpo tem pouca exposição à radiação. É usada apenas para os carcinomas papilíferos e foliculares.

  • Radioterapia: A radiação elimina as células cancerígenas e impede seu crescimento por meio de feixes de energia emitidos diretamente no local do tumor. Raramente utilizada.

  • Drogas-alvo moleculares: nos casos avançados e metastáticos pode ser utilizado drogas-alvo que aumenta o controle da doença



Reposição hormonal após o tratamento do câncer de tireoide


Caso tenha sido necessária a remoção da glândula durante o tratamento será necessária a reposição dos hormônios T3 e T4 produzidos pela tireoide.


A reposição hormonal poderá ser feita imediatamente após a tireoidectomia ou alguns dias após a cirurgia. O método mais comum é por meio da ingestão oral, uma vez ao dia, para normalizar as taxas desses hormônios.

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